Ela já nasce surpreendente. Macia, mas ao mesmo tempo enérgica, alegre e com uma sensualidade bucólica irresistível. Intensa e entorpecidamente fresca em sua essência aromática, a canção, por meio de sua base desenhada por uma bateria cuidadosamente trotante, traz um brilhantismo contagiante vindo do solo de violino posto em destaque na introdução, espalhando seu perfume floral.
Entre o alucinógeno efeito das notas trêmulas e adocicadamente ácidas do mellotron, as pupilas do ouvinte chegam a dilatar em pose de alerta ao perceber outro ingrediente sendo aderido à receita melódica. É o tom densamente grave de Matt Basile assumindo a forma de uma textura lúcida em meio ao torpor amaciado difundido até então pela canção.
Enquanto isso, a guitarra segue sua linearidade azeda não na camada mais superficial, mas sim uma abaixo, assumindo a mesma importância que os demais instrumentos presentes na música. Com uma interpretação lírica ondulante a partir da maneira como se pronuncia as palavras, Basile auxilia no desenvolvimento de um toque dramático que abraça a conjuntura rítmico-melódica de With My Own Two Eyes.
Dando total liberdade de ação para que o violino definitivamente assuma a posição de protagonista sonoro, a faixa, por outro lado, possui na figura do banjo um charme escondido quase a sete chaves. Afinal, apenas os ouvidos mais atentos são capazes de identificar seu típico sonar bucólico timidamente existente entre a bateria e o baixo na base sonora.
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