Diretamente de Vancouver, no Canadá, vêm a dupla Stephen More (vocal/guitarra) e Jon Ireson (baixo/guitarra), que aposta em uma sonoridade onde conseguem, da forma mais natural possível, transitar por diversos estilos dentro do rock e metal. Para executar isso, o duo se denomina Post Death Soundtrack e acaba de lançar seu quarto disco, este “Veil Lifter”. Lembrando que a bateria ficou por conta de Casey Lewis.
E quando falamos que transita por diversos estilos da música pesada, é literalmente, pois quando ouvir o novo disco, o leitor encontrará elementos que vão desde o rock alternativo e grunge, passando pelo hardcore, até o sludge, stoner e doom metal. Os primeiros estilos que estruturam as melodias da sonoridade da banda, enquanto os outros comandam o ritmo e o peso das composições.
Falando em composições, são onze faixas, incluindo a introdução. Distintas, algumas se interligam musicalmente, mas cada uma com suas particularidades. Porém, cada uma delas apresenta a identidade do Post Death Soundtrack, provando o quanto eles conseguiram atingir suas próprias características.
Antes de destrincharmos todas as canções, também precisamos exaltar a qualidade da produção, que manteve a organicidade do trabalho, mas tirando a crueza, apenas mantendo a naturalidade de tudo. Com ótimos timbres, tudo está bem nítido, mérito da engenharia de som do próprio Ireson, além da mixagem e masterização por conta de Casey Lewis no Echo Base Studio.
A introdução “At The Edge Of It All” parece querer nos sintonizar para o disco, até que tem início, com a bateria cadenciada e com uma virada sensacional, o doom ‘sabbáthico’ “The Die Is Cast”. Fortíssima, a canção nos dá uma base de onde nos situar, mas não entrega o jogo de cara. Porém, se o quesito for satisfação, a música simplesmente encanta com sua pegada e estilo impostos. Com um final atmosférico surpreendente, a banda abre o disco magistralmente.
“Killer Of The Doubt” chega com um clima mais intenso, ganha as veias alternativas, enquanto a bateria leva o ritmo cheia de viradas interessantes. Enquanto isso, a faixa seguinte, “Icy Underground” retorna ao doom, mas em sua faceta mais noventista e fúnebre, principalmente em se tratando da cadência e dos riffs pesados e longos. Esta é daquelas composições de dar frio na espinha de fãs do inicial Paradise Lost e My Dying Bride.
Apesar do começo cheio de suspense, “Arjuna’s Hunting Hand” ganha um ritmo mais próximo do metal tradicional, além de possuir uma levada com a melodia cantada em cima de suas bases. Já “Lowdown Animal”, que fecha a primeira parte do álbum, a agressividade impera, inclusive em linhas a lá Celtic Frost do vocal, com direito a ‘uhh’ e tudo mais.
De alguma forma a banda se mantém agressiva na faixa seguinte, chamada “Tide Turns Red”, mas de um jeito diferente. Até porque a levada é outra e os riffs também. Inclusive, a bateria de Lewis retorna com viradas insanas e o refrão bebe na fonte do rock alternativo e prog. Essa faixa dará muitas alegrias aos amantes de VoiVod.
Aliás, parece que a segunda metade de “Veil Lifter” tem um teor mais alternativo, o que ainda é sentido na empolgante “Borrowing Down The Spine”, com seu riff de guitarra espetacular e uma levada moderna, inspirada no prog metal. Mas, logo o heavy/doom retorna, mas cheio de peso e raiva, como denuncia a introdução de “Pin Prick”, onde as linhas vocais são uma das mais agressivas do trabalho, beirando o gutural.
E eis que chega o momento épico, com a longa “Immovable”, que tem um início sombrio, até entrar riffs ‘dooms’ espetaculares, mesclando peso e agressividade, numa levada cadenciada, mas dinâmica. Trata-se de uma faixa primorosa, detalhada, versátil, que leva o ouvinte a uma imersão espetacular no disco, talvez sendo a cereja do bolo.
É importante ressaltar, que ao contrário do que se imagina, a maioria das composições de “Veil Lifter” são objetivas, o que não é tão comum nos estilos que a banda mescla, como sludge e doom, principalmente.
Logo, pra encerrar esse trabalho sensacional, “Hammer Come Down”, um stoner/doom fenomenal, chega com um riff hipnotizante, o baixo ainda mais distorcido e a bateria trazendo uma levada com viradas ainda mais insanas do que já causou no álbum todo.
Como tema, “Veil Lifter” vem carregado de inspirações filosóficas, além de ser um disco com diversas metáforas, fazendo com que quem ouça reflita e interprete-o da melhor forma possível. O título foi retirado de uma frase inspirada na filosofia oriental, “levantar o véu da ignorância”, logo nos damos conta de qual propósito da mensagem.
Dedicado à memória do pai de Stephen, Ted George Moore, trata-se de um trabalho que sem dúvidas irá atrair fãs da velha-guarda, além das novas gerações, pois o álbum, além de tudo, é atemporal! Sem dúvidas, Jon e Stephen atingiram seu ápice com esse disco, e a próxima empreitada lhes oferecem um novo desafio devido à isso!
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