Sinta a experiência de ouvir “Degrees of Freedom” de Clash Valian

O projeto Clash Valian se originou a partir das ideias de Greg Merrell, cujas músicas são muito mais que simples melodias, são verdadeiras experiências. Em seu primeiro álbum, “Degrees of Freedom”, conseguimos admirar a sua arte através de músicas transcendentais como “Cyrus”, que é uma mistura de jazz com rock sessentista. Mas há muito mais elementos no álbum que, conforme a linda canção “Dragon’s Backbone”, é uma genuína peça da world music. Muitas pessoas, no entanto, podem se referirem como art music, tendo por exemplo a performática “Sirius” que entrega charme dentro de uma beleza incontestável.

Neste disco você vai se deparar com várias sonoridades, pois os arranjos são feitos com um número de aproximadamente vinte instrumentos, todos trabalhando para que a tua experiência, ao ouvir músicas como “Moonlander”, seja a mais prazerosa possível. Portanto, há um trabalho emocionante inserido em cada melodia, mas também em cada nota. Até mesmo em músicas como “Glamwow”, onde o som se mostra um pouco mais pesado, não existe interrupção da melodia que, neste caso, é conduzida essencialmente pelo baixo e bateria incríveis, formando ótima cozinha. Isso sem falar no belo solo de guitarra. Adiante, o progressivo chega banhado pela melancólica “Empty Riot”.

O que surpreende mais em ouvir a música de Clash Valian, é que o projeto consegue equilibrar a fluidez de uma audição confortável a alguma ou outra acidez de canções como “Arrival”. Em execuções como “Thick and Thin”, a complexidade harmônica não se demora com o acorde simples de seu riff, embora as linhas vocais apelem à acidez citada. Mas isso cai muito bem na pesadíssima “Knitting with Cat Hair”, cujas bases em baixa afinação remetem o ouvinte a algo de Black Sabbath ou congêneres dos anos setenta. Entre as 21 faixas deste álbum, esta já é a minha preferida.

Ainda nesta vibe de heavy metal, o disco segue com uma música que, além de pesada e complexa, é rápida e rasteira. “Brokkr”, que é o nome dessa música, entrega também uma melodia que cativa e hipnotiza pela pegada e backing vocals. Mas para mudar o clima, Greg investe mais no punk rock de “Keys in the Car” que aponta a uma direção mais new wave. Depois da sessão barulheira, o Clash Valian retorna às influências do psicodelismo com a música “Quarantine”, que se traduz em uma canção elementar e de energia palpável repousada na alma.

Quando eu disse lá no início que “Degrees of Freedom” é um álbum que nos sujeita a uma experiência, de lá para cá obtivemos vários exemplos, mas todos distintos à sensação de ouvir “Terry”, com sua harmonia meio abstrata e sua narrativa vintage ao final da faixa. Nada que se aplique à “Warplane”, cujo groove do baixo acompanhado por uma ótima pegada de caixa, nos traz um confortável prazer em ouvi-la. Nada que se aplique também à “Giving In”, que na verdade é só um experimento de alguns segundos colocado no disco para quebrar alguns padrões. Será um epílogo ou um prelúdio para a próxima faixa?

Seja o que for, “Heady”, a execução que faz sequência a “Giving In”, também não é uma das canções com melodia mais expeças, possuindo em sim, um bom nível de complexidade. Contudo, aos amantes de rock’n’roll a sessão empolgante tem em “Someone Else” mais uma representante. Aqui, o solo de guitarra é presente desde o primeiro momento da música, mas o vocal de perfil largadão também faz a diferença. Agora, se você gosta mais daquele lado jazzy e melancólico da banda, “Endocannabinoids” está aqui para te fazer sorrir e relaxar com um bom whisky.

Já a melodia do bom e velho groove presente em canções como “607 Custom House”, é uma das principais cartas do projeto, pois as suas ideias transcritas às instrumentações são de grande satisfação a quem as escuta. No geral, é bem difícil se apegar a uma só música, embora em alguns casos, como o meu, seja possível escolher uma melodia preferida. Mas aqui, há quem possa preferir o peso do rock, o balançado do groove ou a virtuose do psicodelismo, como em “Wasted Days”, que é mais uma canção criada para atravessar a sua alma de te deixar em transe.

Dentre tantas personificações da arte musical, ainda sobra ritmo, harmonia e melodia para uma das faixas mais vintage do disco, que é a radiofônica “Cashed”. Esta cumpre direitinho o papel de uma música composta nos anos cinquenta, embora seja uma composição atual. Mas por resgatar esse espírito, Greg Merrell com o seu Clash Valian não economizaram nesse mergulho às lembranças mais remotas que possam extrair de seus ouvintes e futuros fãs. De fato, ouvir não apenas essa música, mas também todas as outras deste “Degrees of Freedom” é uma experiência de satisfação incalculável, e ficamos aqui na torcida por mais lançamentos.

Ouça “Degrees of Freedom” pelo Spotify:

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Discovered and supported via Musosoup #sustainablecurator

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