E estreia de TB Whiteside não é menos que emocionante

Assim como qualquer cidadão do mundo, o artista que atende pelo nome de TB Whiteside, é um homem de família com suas ocupações e alguns momentos de lazer. O que distingue Whiteside de uma parcela desses cidadãos é o seu amor pela música. Desde muito tempo, ele vem tocando em lugares pequenos como pubs de sua cidade, sempre executando bons covers. Além disso, o cantor e guitarrista possui músicas autorais e, depois de 25 anos, resolveu registrar algumas neste lindo CD chamado “Tales From The Greenhills Tavern”. É aqui onde cabe a máxima “antes tarde do que nunca”.

O estilo de TB Whiteside é o popular country / folk britânico e, como não podia ser diferente, suas canções são altamente criativas e melódicas. O álbum começa com “Just Singing A Song”, que possui backing vocals das graciosas Eva & Elsa. Na sequência, “First World Problem Blues” chega com um bluesão charmoso e cheio de personalidade. Já nesse início de álbum, se percebe a versatilidade do músico que não economiza na estética dos solos. É só reparar nessa canção e sentir como a guitarra em suas mãos se torna um instrumento divino, e os acordes que formam a base também desempenham um suporte encantador.

Falando em diversificação, TB Whiteside investe bem nisso, apesar de seus recursos serem os mais básicos possíveis. Mas isso não impede de músicas como “Smithy”, por exemplo, tenham uma cara mais dançante, cuja melodia formada por um clima de festa revela um pouco mais de seu talento. E não poderia faltar aquela balada, que lembra a nossa infância no interior. Isso para quem viveu no interior, diga-se. “Dooen Pub Blues” tem essa atmosfera, e chega a ser tão real que somos capazes de sentir o cheiro do campo, da forragem e das plantações.

Uma das coisas que, chegando até aqui, já nos permite saber que é um tipo de assinatura do guitarrista, é o efeito de slide que está em quase todas as músicas, como em “Raise Your Glass (Song For Billy)”. E olha que para dominar essa técnica e faze-la ficar bonita na música, requer muita intimidade com o instrumento. Falando em lindeza, a acústica “One Week” abusa desse quesito, sendo que seus dedilhados são como se fossem uma cachoeira de melodia caindo em nossos ouvidos. Sem falar da voz aveludada do cantor que, aqui, se apresenta como boa performance.

TB Whiteside, que gravou este álbum com colaboração de alguns colegas antigos de bandas, investiu todo o seu conhecimento em música para dar vida a canções aconchegantes como “From Nothing Comes Something”, que pela sua simplicidade encontrou ótimo artifício para ser tão perfeita. É uma música que, além do compasso folk, ainda conta com o charme de um solo de harmônica. Mas outras execuções também se destacam pela sutileza de um instrumento, até então inusitado no álbum, como o piano em “For That Feeling of Love”, de acorde simplório, mas marcante. Dessa maneira, segue o CD com a sua calmaria.

Confesso que este “Tales From The Greenhills Tavern” acompanhará meus momentos de plenitude por muito tempo. Não é sempre que temos à disposição de nossos ouvidos, algo que demande tanto uma trilha sonora de paz quanto esse álbum. E não me refiro a uma faixa aqui e outra ali, mas o conjunto da obra inteiro tem um efeito terapêutico sobre o ouvinte. Ainda mais quando você se expõe a canções como “The Lone Wolf’s Lament”. Experimente deixar se envolver por sua aura banhada em sonoridade rica e acolhedora. Se for uma pessoa muito emotiva, prepare-se para segurar as lágrimas nesta que é uma das músicas mais legais do álbum.

Já “Something To Remember Me By” é tão cheia de harmonia, que seu riff poderia se tornar até um reggae à beira da praia. O seu balançado que lembra um ska jamaicano é apenas um dos resultados de quem se tem muitas influências musicais. Desse jeito, as pessoas entenderão que um músico completo, além de seguir o seu perfil musical que foi forjado pelo tempo, ainda absorve outras possibilidades, alavancando as suas composições a patamares mais elevados. E, pelo que se vê neste ‘debut’, as janelas para a imaginação estão escancaradas.

Infelismente, a aula de musicalidade e respeito aos nossos ouvidos acaba com “Goodbye”. E aqui, mais uma vez, a virtuose se alastra pelo ambiente levada pelas ondas sonoras de cordas açucaradas. Não se sabe o que é mais perfeito, se são os acordes do violão ou o efeito de slide, que mais parece uma gangorra feita de véu, por onde a nossa alma desce e baila ao mesmo tempo. Depois de ouvir essa incrível obra, só resta suplicar ao TB Whiteside que nunca pare de compor, nem produzir, mesmo que o tempo não seja favorável em algumas horas de seu dia. O mundo precisa disso.

Ouça “Tales From The Greenhills Tavern” pelo Spotify:

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