Que a música é uma área de escape todo mundo sabe. Seja para o bem ou para o mal, a arte em um todo só agrega e é uma das melhores formas de manifestação seja pra se divertir, superar e/ou evitar problemas, enfim… é indiscutível a importância dela em nosso dia-a-dia.
Tony Manfredonia provavelmente sabe disso, principalmente agora, depois do lançamento de “ANCHORED”, trabalho que ele compôs praticamente sozinho e conseguiu por em prática depois de apenas dois dias de financiamento coletivo no Kickstarter.
Isso porque o que motivou o artista a trabalhar no disco, foram um conjunto de problemas que culminou em sua autodestruição. Obcecado pela busca incessante pelo sucesso profissional, Tony perdeu de vista os aspectos fundamentais da vida como amor e a família. Com isso vieram o fim de seu casamento, além dos piores sentimentos, como angústia e ressentimento.
Mas, como uma forma de superar estes problemas, algo iluminou sua mente e, como músico e compositor que é, Tony colocou no papel, através de composições, toda sua luta interna e externa. O resultado é este disco, que tem um conceito natural e soa como uma verdadeira ópera rock.
O músico entrega um trabalho completo, onde as 12 faixas do disco praticamente se interligam (incluindo dois covers), seja pelos seus temas, pelos interlúdios de falas ou até mesmo musicalmente. Fato é que estamos diante de um disco cativante, emocionante e que traz uma aura com diversas camadas, onde a emoção irá transitar por diversos outros sentimentos.
A mescla de música clássica, pop e rock já fica bem evidente em “Disruption”, primeira composição após a abertura que traz intensidade e euforia, nos dando um norte para acompanhar o restante do disco de forma sucinta. Vale destacar que a música foi um dos singles de divulgação do disco, junto com as não menos sensacionais “Confession”, um folk pop moderno, e “Visions From God”, uma épica clássica com um ‘quê’ de trilha sonora cinematográfica.
Falando em trilha sonora, “ANCHORED” tem muito cara disso, com sua narrativa bem sincronizada com as composições. Mas as faixas citadas, ainda são muito pouco para descrever este belíssimo trabalho. Ouça, além delas, “Satan’s Game” e seus arranjos diferenciados e “Confession”, uma balada pop maravilhosa.
Tony Manfredonia ainda apostou em dois covers que casaram perfeitamente com o repertório e contexto do disco. São eles, “The War We Made” do RED e “Us Against the World”, do Coldplay. E outro grande trunfo do artista é fazer tudo de forma objetiva. Belo disco!