Estreias, como já até abordamos por aqui, são uma faca de dois gumes e um misto de sentimentos. Um disco de estreia é como se fosse um corpo jovem, cheio de energia e hormônios prontos para entrarem em transformação, mas também gerarem as sensações mais complicadas e sentimentos confusos.
Em um trabalho de estreia o artista geralmente chega com algo que foi composto na empolgação, na criatividade em alta e até mesmo sem pretensões. Segundo Neyquam, o artista aqui em questão, este seu debu veio do ‘coração’. Outro fator, um disco de estreia é o nascimento de algo e isso é uma das coisas mais importantes para um artista.
O lado negativo talvez seja que a inexperiência pode colocar tudo a perder, mas nem sempre quem estreia é estreante, se é que me entendem. Sim, muita gente lança o primeiro disco, mas o tempo de estrada é enorme e parece ser o caso do nosso avaliado aqui.
No entanto, muito desse lado não muito positivo fica por conta mais da repercussão. As vezes se deposita tanta confiança em um lançamento e ele pode não atingir o público da melhor forma, logo toda essa energia que cabe em um debut pode se transformar em frustração. Mas, todo artista deve estar ciente disso.
“Reborn”, primeiro disco do rapper de Nova Jersey, Neyquam, chega com essa energia, composições versáteis e uma produção primorosa. O álbum traz composições que ele vem criando a um tempo, derrubando a premissa de que seja um iniciante. Logo, não é de surpreender o quanto ele conheça o hip-hop.
São 26 composições, número que comprovam o qual prolífico é Neyquam e o quanto consta de energia e criatividade, sempre primando pelo rap ‘old school’, elementos que a sonoridade do norte-americano tem em comum. Mas, ele não fecha o seu leque e insere elementos mais atuais.
Isso pode ser sentido na atemporalidade das faixas que, mesmo primando pelo rap tradicional, trazem uma sonoridade de roupagem atual, não deixando que o que ouvimos aqui soe datado, muito pelo contrário. O mais incrível é que todas as músicas soam acima da média e, convenhamos, é uma grande façanha fazer isso em quase 30 delas.
Logo, destacar apenas algumas seja de uma injustiça tamanha, além de muito mais difícil do que se imagina. Até porque a cada audição parece que uma está melhor que a outra, o que é um grande ponto do disco.
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